Arigatô Brasil: Japoneses agradecem ao Brasil com taikôs e escola de samba - Nica por aí

Arigatô Brasil: Japoneses agradecem ao Brasil com taikôs e escola de samba

  • sexta-feira, julho 06, 2018
  • By Nicole Regiane
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Arigatô Brasil: Japoneses agradecem ao Brasil com taikôs e escola de samba

Celebrando a relação entre os dois países, taikôs e escola da samba tocam juntos em Arigatô Brasil, música oficial das comemorações composta e interpretada por Joe Hirata.
Em apenas uma semana, o videoclipe da música Arigatô Brasil (Obrigado Brasil), tema oficial dos 110 Anos da Imigração Japonesa no Brasil lançado no domingo, 24 de junho, já alcançou quase meio milhão de views no You Tube. O tema gratidão foi escolhido pela Comissão para Comemoração dos 110 Anos da Imigração Japonesa no Brasil para ser o mote central das celebrações deste ano. Um sincero e profundo reconhecimento pela receptividade e pela calorosa acolhida dos brasileiros aos milhares de famílias japonesas que para cá vieram.

O sentimento de gratidão é algo muito forte na sociedade japonesa, sempre presente em todas as relações sociais. Culturalmente, agradecer é um hábito cotidiano e natural, em que podem ser usadas inúmeras formas linguísticas e gestos. Em todas as áreas, há sempre a consciência de que tudo o que se consegue ao longo da vida e das gerações demanda reconhecimento e gratidão. Este agradecimento ao Brasil e ao povo brasileiro é muito bem retratado na música-tema, interpretada pelo cantor e compositor Joe Hirata, composta em parceria com Julinho Bogajo e gravada em português e japonês (versão a ser lançada em breve). A música, uma entusiasmada celebração entre as duas culturas, mistura estilos diferentes, com instrumentos tradicionais japoneses (como o shakuhachi, flauta japonesa), conjunto de cordas e coral da BSGI– Associação Brasil Soka Gakkai Internacional, além da própria banda do Joe.

Tambores japoneses e escola de samba

O ponto alto é a perfeita sintonia entre os taikôs, tambores japoneses, do Wadan Taiko Ensemble com os percussionistas da bateria da escola de samba paulista Águia de Ouro. Todos participam do belo videoclipe oficial, produzido pela Movieheads, com direção de Rodolpho Cauhi e performances de muitos grupos de dança, como Awaodori RepresaTottori Shan-Shan Kassa Odori (dança coletiva) e Ryukyu Buyo KyokaiGratidão, sentimento que enobrece, faz parte do dia a dia do povo japonês e que herdei de meus pais. A harmonia da mistura de raças e culturas do Ocidente e do Oriente simbolizam os 110 anos de história de Brasil e Japão. Dômo arigatô Brasil, por acolher este povo que aqui prosperou!, afirma Joe Hirata.

Joe Hirata

Celebrando 20 anos de carreira e oito CDs lançados no Brasil e no Japão, Joe Hirata, nikkey nascido em Maringá-PR, é considerado o maior representante da comunidade japonesa no Brasil e no Japão. Ele foi o primeiro estrangeiro a vencer o maior concurso amador da canção japonesa, o NHK Nodojiman, organizado pela rede estatal TV NHK, com mais de 80 mil participantes. Joe também tem tido grande destaque Brasil afora como cantor sertanejo, mostrando a pluralidade do seu talento e o quanto as culturas dois países interagem e se complementam.

21º Festival do Japão

A cada dez anos, a comunidade nipo-brasileira celebra, desde 1958, a chegada dos primeiros imigrantes japoneses ao Brasil, quando o navio Kasato Maru atracou em Santos, trazendo 165 famílias para as fazendas de café paulistas, em 1908. A comemoração solene será no dia 21 de julho, no 21º Festival do Japão, com a presença da princesa Mako, representando a Família Imperial do Japão. O Festival do Japão é considerado o maior evento da cultura japonesa na América Latina, atraindo cerca de 200 mil visitantes ao São Paulo Expo Imigrantes. Entre os mais de 2 mil artistas nipo-brasileiros que farão apresentações de música, dança, taiko e coral, um dos grandes destaques será o cantor e compositor japonês Kazufumi Miyazawa.

Símbolo de gratidão

O símbolo dos 110 anos também representa gratidão. O artista plástico Kazuo Wakabayashi escolheu o tsuru (grou), uma ave de tradição milenar que, além de gratidão, simboliza também saúde, boa sorte, felicidade, longevidade, paz, amor conjugal e fidelidade. Wakabayashi, ele próprio um imigrante japonês (chegou ao Brasil em 1961), inspirou-se no casal de tsuru, representando Brasil e Japão, para ressaltar não somente este momento festivo, bem como o sentimento de “reconhecimento ao país e ao povo que nos recebeu em sua terra”, como afirma o artista.

Uma relação cada vez mais forte

A comunidade brasileira no Japão é a terceira maior comunidade brasileira no exterior, com mais de 190 mil pessoas. No Brasil, a comunidade nipodescendente alcança cerca de 1,9 milhão, a maior população de origem nipônica fora do Japão. Esse vínculo humano é o principal patrimônio das relações entre os dois países, potencializando o diálogo e a cooperação. De acordo com o Itamaraty, Brasil e Japão mantêm fortes relações desde a assinatura do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação, em 1895.

O Japão é um dos principais parceiros do Brasil em projetos de cooperação técnica, nas mais diversas áreas, como ciência, tecnologia e inovação, com empresas japonesas sempre desempenhando papel significativo na industrialização brasileira. Em 2016, o Japão figurou como o terceiro principal parceiro comercial do Brasil na Ásia e o sétimo no mundo. O fluxo de investimentos japoneses para o Brasil somou, em 2014, US$ 3,7 bilhões e, em 2015, US$ 2,8 bilhões.


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Nasci em Brasília, mas morei 6 anos em Ottawa no Canadá. Já tive o prazer de conhecer mais de 90 lugares e 13 países. E foi essa minha paixão por culturas novas que me levaram a começar a compartilhar as minhas aventuras na internet.

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